ALDEIA
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Juarez Fonseca
DOMINGO 21.11.2010 JORNAL ABC
Música brasileira manda ver
Então chegamos ao fim do ano. Preci-
so correr para dar conta dos discos que
me esperam e, cada vez que olho a pilha
aqui ao lado, quase me desespero. Por
quê? Cá entre nós: se fosse um monte
de porcarias eu nem me preocuparia em
acelerar. Mas não, vou ouvindo cada um
e pensando putz, este disco merece um
espaço grande... e este também... e o
que dizer deste? São quase todos bons.
Como há menos espaço do que discos,
resta a alternativa de fazer o que come-
ço hoje para reduzir a pilha: comentar
de forma sintética o maior número pos-
sível de lançamentos, para que não fi-
quem sem registro. Começo com seis
trabalhos beeem diferentes um do ou-
tro, seis exemplos da maravilha que é
a música brasileira – apesar dos obs-
táculos que ainda precisa ultrapassar
para chegar ao grande público. Claro
que não me refiro à música fácil, co-
mercial, mas isso os leitores desta Al-
deia já sabem.
MÚSICA DE RUIZ
São sons
Os curitibanos Estrela Ruiz Leminski e Téo Ruiz têm
o mesmo sobrenome mas não são parentes. A canção
e a poesia (ela é flha de Paulo Leminski e Alice Ruiz)
os uniu e em 2006 criaram o grupo Música de Ruiz. São
Sons é o segundo disco, mistura cosmopolita e sem
clichês de samba, rock, música de vanguarda, sons do
interior. Inteligentes e divertidas, as letras comentam
o cotidiano com um olhar flosófco e estão entre as
melhores que se ouve hoje. Há um claro trabalho em
grupo, a banda é muito boa, eles cantam bem e ainda
convidaram Ná Ozzetti, Ceumar, Carlos Careqa, André
Abujamra. A irônica milonga/baião Quirera, sobre o
“mercado” musical, abre o CD e o sintetiza. Mas todas
são ótimas. (Sete Sóis/Tratore)
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