quinta-feira, maio 05, 2005

Mais uma amiga escritora...

Mas a Araiê não é só mais uma amiga. Se vocês repararem bem, ela tá lá na minha lista dos amigos de infância. Em primeiro lugar. A gente brincou muito junto e viajamos juntas para colônia de férias. E hoje eu sonhei com esse acampamento que a gente ía o KINDER. O Blog dela é bem legal, tem escritos de pessoas bacanas, mas principalmente, têm coisas dela...



REVELAÇÃO

Eu, numa ilha singular, me abaixava para acariciar o solo. Há alguns anos, travei amizade com teorias sobre as nebulosas e recentes descobertas. O que havia de extraordinário no seu semblante para produzir em mim tal impressão? Os pensamentos de uma capacidade vasta, ao mesmo tempo impetuosos e lúdicos, conheço todos. Avaliando, adormeci. Talvez porque ainda não reconhecesse suficientemente o meu caso como um fato positivo. Mas tudo estava exposto aos olhos.
Vi-me a empregar formas sensíveis, com graça e fluência admiráveis.
Da altura enorme, distingui duas fortes vozes. Paro. Paraliso. Pouso. Explodo, meus estilhaços serpenteavam entre os rugosos, pintados, escritos, estucados, cinzelados. Minha última tentativa: a perfeição em bom tom. Voltei os olhos para outros objetos, com olhar voraz, havia me enganado com certas fórmulas.
Não há o céu dos sonhos, o finito da matéria não é um sonho. Sua voz não é absolutamente estranha. Sua expressão não explica os meus pensamentos. Então, essa loucura, em que eu começava a notar certo método e fez eu ficar bastante despeitada. Sua insistência que não atingiu senão dimensões insignificantes. Com um grito colorido e mágica celeridade, pisquei em desespero frenético. As lágrimas se revolviam nas veias, tumultuosamente. Depois desse sentimento de dor, receei as comoções mais fortes pois não lhe entendia uma palavra. Creio que foi a má cara que lhe mostrei, descarou que passei um dia inteiro, sozinha, no meio da fogueira.
Desejava confiar-lhe um segredo, não tenho passado bem esses últimos dias, as chaves lhe foram entregues e para mim era um sinal, uma possibilidade de revelação. Procuro me deleitar com tal sentimento. E para fugir às humilhações que se seguem sempre a esta espécie de desventura, durante momentos de delírio quem sabe não seja conveniente fazer desaparecer os confidentes desse segredo. E terminar a obra.

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