mudando os conceitos...

Pois é. Eu lembro de uma GRANDE discussão na minha sala na faculdade que foi sobre letra e música. O complicado é que como sempre dividiu a sala em dois o pau rolou. A turma passou os 4 anos se dando muito mal, obrigado, e nessa aula da Beduschi a coisa veio a tona. A Beduschi afirmou que não havia obra-prima da MPB em que a letra tivesse sido feita para a música. (Música escrava da poesia, como eu disse esses dias) Pois bem, eu concordei muito veementemente com esse lance aí, e a turma b (sim nos auto-dividimos em turma b e a, tamanha a amizade!) disse que músicas lindas da mpb teriam sido feitas de forma contrária. Aí a discussão chegou num ponto que a turma estava discutindo se as letras da bossa nova eram ou não poesias... Isso eu continuo achando que não (Vinícius que me desculpe. O de Moraes, não o Ruiz, claro.). Mas porque eu tô contando tudo isso?
Ah, é porque na sexta feira o Zé Miguel estreou uma parceria dele com o Chico (o Buarque), que a Gal (a Costa, dãr!) encomendou e gravou. Primeiro que isso é uma covardia com os reles aprendizes de poeta, músicos e cantoras como eu. E segundo que o Zé colocou letra na música do Chico e ficou PERFEITA. O troço nasceu um clássico!!! E eis que na mesa do restaurante depois do show o Zé me confessa que a tradição da MPB é FAZER LETRA pra MÚSICA. E que o Chico só faz assim, que ele próprio só faz assim, que o luiz tatit faz assim....

Ò pra mim:

Você parece que nem sei, diz tanta coisa que eu vou te contar, olha pensando bem, cala te boca, é coisa e tal, e coisa e louça, é sempre a mesma lenga-lenga, a mesma transa, tchans, mas o que qué isso, logo pra cima de mua, tô por aqui, ai sai fora disso, parece que bebe, parece que... sei lá!
(Itamar Assumpção)