quarta-feira, maio 25, 2005

Mulheres esquisitas...

Essa coisa de ser meio anormal veio desde sempre eu acho... o primeiro livro que eu li (eu tinha 9 anos) foi o mahabharata...

Mulher quando resolve ser esquisita sai de baixo. Talvez por essa barreira do "socialmente aceitável" ser um muro muito mais alto para esse gênero quando elas atravessam não tem mais volta. Paga-se o preço e babau. Aí eu achei essa Romena no meio da revista Coyote, numa mesma edição que tem poemas de sylvia plath... Fui dormir assim, com a lucidez da minha esquisitice e a voz dessas duas suicidas....


O CONTRATO

Ele a traía sempre às terças-feiras. Ela o traía às quintas.
Certo sábado ele pediu: ponha percevejos no meu arroz.
Ela fez uma comida picante. Acendeu velas azuis. Colocou um tango.
Eles se abraçaram. Sem sentidos.
E aí veio o sangue.
Na sua boca.
Das suas entranhas.
Ela raramente o achou tão sensual.
No domingo ela pediu: espanque-me.
Ele bateu de cinta no seu rosto. Arrancou-lhe um dedo
com o alicate.
Às 10 em ponto eles apagaram as luzes.
Segunda-feira ambos tinham de levantar cedo.


Aglaja Veteranyi







CANÇÃO DE AMOR DA JOVEM LOUCA -
Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro...

Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro
Ergo as pálpebras e tudo volta a renascer
(Acho que te criei no interior da minha mente)

Saem valsando as estrelas, vermelhas e azuis,
Entra a galope a arbitrária escuridão:
Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro.

Enfeitiçaste-me, em sonhos, para a cama,
Cantaste-me para a loucura; beijaste-me para a insanidade.

(Acho que te criei no interior de minha mente)

Tomba Deus das alturas; abranda-se o fogo do inferno:
Retiram-se os serafins e os homens de Satã:

Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro.

Imaginei que voltarias como prometeste
Envelheço, porém, e esqueço-me do teu nome.
(Acho que te criei no interior de minha mente)

Deveria, em teu lugar, ter amado um falcão
Pelo menos, com a primavera, retornam com estrondo

Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro:
(Acho que te criei no interior de minha mente)

Sylvia Plath

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