quinta-feira, maio 25, 2006

primeiro a gente pôe no mundo, e depois vê no que dá!



Marcelo Ariel me contou que ao ler os meus poemas em um sarau e até ele dar os créditos achavam que eram de Allen Ginsberg!

E aí, concorda?


Canção
Allen Ginsberg


O peso do mundo
é o amor.
Sob o fardo
da solidão,
sob o fardo
da insatisfação


o peso
o peso que carregamos
é o amor.


Quem poderia negá-lo?
Em sonhos
nos toca
o corpo,
em pensamentos
constrói
um milagre,
na imaginação
aflige-se
até tornar-se
humano -


sai para fora do coração
ardendo de pureza -


pois o fardo da vida
é o amor,


mas nós carregamos o peso
cansados
e assim temos que descansar
nos braços do amor
finalmente
temos que descansar nos braços
do amor.


Nenhum descanso
sem amor,
nenhum sono
sem sonhos
de amor -
quer esteja eu louco ou frio,
obcecado por anjos
ou por máquinas,
o último desejo
é o amor
- não pode ser amargo
não pode ser negado
não pode ser contigo
quando negado:


o peso é demasiado
- deve dar-se
sem nada de volta
assim como o pensamento
é dado
na solidão
em toda a excelência
do seu excesso.


Os corpos quentes
brilham juntos
na escuridão,
a mão se move
para o centro
da carne,
a pele treme
na felicidade
e a alma sobe
feliz até o olho -


sim, sim,
é isso que
eu queria,
eu sempre quis,
eu sempre quis
voltar
ao corpo
em que nasci

2 comentários:

Erly Welton Ricci disse...

Esse poema é de Ginsberg mermo. E não há comparativo com os seus uivos

E.R.L. disse...

sim. no post eu não estou dizendo que ele é meu. Eu disse que acharam poemas parecidos, e a compara~cão foi em relacao a obra dele (não que eu concorde), e não só em relacao aos uivos.