quarta-feira, maio 24, 2006

Rasgo seda merrrrmo! Com vocês Marcelo Sahea!

Já rasguei seda para o Nicolas, e pro Makely é chover no molhado além de descarar o nosso caso. Mas pra eles eu já babava ovo mesmo.

Lá em Bh tive uma NOVA descoberta! Bom, já tinha ouvido falar, mas enfim, a imagem que se faz de um poeta que trabalha com poesia gráfica, já é reconhecida por feras e dinossauros é de um senhor barrigudo, com cara de ex-nerd ou algo que o valha.

SURPRISE!!!

Marcelo Sahea, é um carioca arretado. A real é que esse moço tem um trabalho cheio de humor, cheio de ironias, cheio de idéias. Os seus dois livros Carne VIVA e Leve são surpreendentes da primeira página até a última!!! Mesmo tendo um trabalho maduro e um tanto de incenso em volta este rapaz é super-hiper simpático.

Causo.
Chego em BH. Entrevista pra "livro aberto". Fala Behr umas 3 horas sobre sua obra. Fala Brum e makely sobre a revista. Recém apresentados lá vão Estrela e sahea para dar um depoimento. A entrevista é na sacada de esquina com o maleta ( centro de BH-muitoooo trânsito, muito barulho). "Por que a revista é importante?" Bom, o Marcelo meio que falou tudo que faltava falar. Pelo menos eu pensei uns pontos pra ressaltar. Enquanto ele falava eu contei: eram três ponto! Tranquilo... Seria se eu não tivesse dormido só 3 horas aquela noite! ATENÇÃO, RODANDO!

- Bom, primeiro a Revista de Autofagia veio mostrar que é possível fazer literatura de qualidade fora das editoras. Segundo que não são só senhores que estão fazendo literatura. E terceiro...

(aí a gafe!!! Deu aquele branco absoluto, virei pro Marcelo com a maior cara de pau, passando o microfone...)

- Qual era o terceiro mesmo?

Pra completar com chave de ouro começa um desfile de protesto com direito a escola de samba e trio elétrico. Quando consegumos voltar a entrevista quase não tinha luz e minhas idéias (que já estava complicadas) devem ter ido dar uma volta lá na Pampulha...

Quem me conhece dirá "mas como você iria sair sem pagar algum mico?". É eu sei, eu sei.


O lance é, feliz de quem ler Sahea, porque vai descobrir que existe poesia muito boa no fim do túnel, que o "boom da poesia fácil" não destruiu tanta coisa assim, que (graças a Deus) a poesia continua inútil e principalmente que a poesia está morta mas com molho a bolonhesa do Bolão fica uma delícia.





como lua


como lua

sendo sua?



como ponto

tendo pontas?



como branca

se menstrua?



como santa

sendo tantas?



como nua

sendo manta?



como esfria

se estua?



como grão

se se agiganta?



como sua

sendo lua?



Então vejam o que disse Luis Dolhnikoff

"Há sites exclusivos de poesia visual, há algumas revistas literárias que sempre publicam alguma poesia visual, mas nenhum dos muitos nomes mais conhecidos da poesia contemporânea é um poeta visual. As exceções são Augusto de Campos, sobrevivente das próprias vanguardas dos 50, e Arnaldo Antunes, que, no entanto, tem a obra dividida entre poesia visual e verbal (um raro poeta visual contemporâneo a despertar algum interesse é Marcelo Sahea, que, porém, ao contrário de Campos, e à semelhança de Antunes, também se dedica à poesia em verso). Ao mesmo tempo, muitos poetas consagrados, como Régis Bonvicino e Carlito Azevedo, que começaram com experiências visualistas, depois adotaram a poesia em verso. A maioria sequer passou por tais experiências."

Ou leia isso!

Tá gostando? Então leia isso!







3 comentários:

marcelo sahea disse...

Estrela, Estrelinha...
Assim eu tenho um enfarte, menina!
Não sei o que dizer. Vou demorar a voltar pra terra, depois disso.
Agarre aí um beijo longo feito a pele!
(Assim que o Nicolas me mandar as fotos eu troco a sua. Pode deixar! Ah, e o Zema Ribeiro é um jornalista atento e gente finíssima.)

Anônimo disse...

obrigado, Sahea. abraços!

Anônimo disse...

caaaaaaara. quem é este Cara???????